Histórias da Geologia

Este blog pretende ser um espaço de reflexão sobre a evolução do conhecimento geológico ao longo dos tempos, principalmente a partir do século XVII, não esquecendo porém as pequenas histórias que fazem a grande história

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Revista e-Evolución

Recebi do colega Leandro Sequeiros a informação de que já se encontra publicada a 2ª. edição da revista digital e-VOLUCION, a qual pode ser consultada em:

http://www.ugr.es/~sesbe/recursos/boletin/eVOLUCION_02.pdf

sábado, fevereiro 03, 2007

Simpósio - Património Geológico

Vai realizar-se na Batalha, Portugal, de 28 de Junho a 1 de Julho de 2007, o SIMPÓSIO IBERO AMERICANO SOBRE PATRIMÓNIO GEOLÓGICO, ARQUEOLÓGICO E MINEIRO EM REGIÕES CÁRSICAS.

Masi informações sobre este evento podem ser obtidas em http://carso.ineti.pt

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Valorização da geodiversidade: perspectiva histórica

A utilização do termo geodiversidade é relativamente recente, mas o mesmo já não poderemos afirmar do conceito que actualmente associamos a este termo, o qual esteve provavelmente e de forma mais ou menos explícita e variável, presente nos modos do Homem observar e interpretar a natureza ao longo da História. Porém, nem sempre foi a diversidade que atraíu a espécie humana. Pelo contrário, durante séculos essa geodiversidade foi vista como sinal de imperfeição. Lembremo-nos, por exemplo, da obra do clérigo anglicano Thomas Burnet (1635-1715), Telluris Theoria Sacra. Nesta obra Burnet apresenta o que à época se designava por uma Teoria da Terra, seguindo aquela que pode ser considerada a estrutura normal deste tipo de obras, partiu de um postulado acerca do estado da Terra para dele deduzir todos os outros fenómenos, até chegar à fase actual. Este autor apresentou, no entanto, uma grande preocupação em respeitar as descrições bíblicas da criação e do Dilúvio. A imagem publicada na capa da sua obra Telluris Theoria Sacra, resume a teoria da Terra formulada por Burnet.



Utilizando um sentido de leitura semelhante ao dos ponteiros de um relógio, podemos identificar, na figura 3, as várias etapas do processo evolutivo da Terra:

- a partir de um caos inicial, ter-se-ia formado um globo terrestre perfeito, constituído interiormente por uma série de camadas concêntricas;

- numa fase seguinte, as águas diluvianas teriam coberto o nosso planeta, deixando, ao retroceder, a crosta fragmentada, tal como é observável na actualidade;

- no futuro, a Terra, depois de ser consumida pelo fogo e após a deposição das cinzas resultantes desse cataclismo, regressará à forma inicial, esférica e perfeita;

- por último, não sendo mais necessária para o Homem, a Terra transformar-se-á uma estrela.
Neste modelo, fica patente a ideia de um globo terrestre perfeito com uma superfície homogénea, a qual é depois perturbada pelas águas diluvianas que vão dar origem à geodiversidade das formas.